Há que documentar o vazio. Agora também em mármore!
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domingo, setembro 07, 2003

Do topo da dignidade

Sentada no parapeito da janela da sala, sentindo um vento de 2º andar na cara, sangrava abundantemente de um dos braços. Chorava e a sua cara estava suja de manchas arrastadas de sangue. A multidão enraivecida em baixo gritava palavras de ordem e ameaçava-a com objectos do uso quotidiano. Mandou calar o turbilhão e aclarou a voz com dois tossidos sofredores. Olhou para baixo e tentou fazer um semblante mais grave. A multidão calou-se:
- Nunca trocarei os meus infinitos nadas pela vossa única obsessão.