Castor Reborn
Flui o nada no vazio
Assustado fixou o olhar na luz alaranjada que respingava preguiçosa por entre as cortinas. Foda-se!, pensou. Tanto tempo passara e ainda assim não tinham brotado cinzas de si. Mesmo no esquecimento e na pacatez do universo interno... Mesmo aí, onde nem ele próprio caminha em segurança. Mesmo nos locais que só ele conhece, mesmo no pós-útero, mesmo de mão dada com a alma. Mesmo fugindo e desaparecendo, mesmo criando um labirinto de dor e opressão, mesmo fazendo churrascos ao sábado, mesmo ouvindo pop, mesmo passando fins de semana com os sogros e sorrindo aos primos longínquos.
Mesmo depois de tudo o turbilhão voltou. Efervescente, mas não agressivo. Teimoso, quase violador. Pega nessa merda!, ouviu no escuro... Acordou banhado em suor, em plena orgia barroquina, com uma maçã na boca e um exemplar original de Sade na mão esquerda. O vazio voltou, havia que o documentar!
2 Comments:
Voltaste?
Coruja
2:44 da tarde
Olha, olha...:)
3:50 da tarde
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