Há que documentar o vazio. Agora também em mármore!
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quinta-feira, agosto 26, 2004

Expresso Trans-Goya
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Era aquele homem que afirmara ter visto uma criança a chorar, sentada nos anéis de Saturno. Tinha uma perna desfeita, devorada por algo. Gotículas de sangue perfeitas flutuavam em gravidade zero em volta do seu corpo, atraídas pela sua minúscula massa. Aquele homem barbudo tinha uma mancha em redor da boca. Diz-se que assim ficou pela imagem de horror da criança perdida no espaço.

"Era uma criança normal. Empunhava um controlo remoto e apontava o planeta. Disse-me que poderia acabar com a nossa verdade, com o nosso infinito. Podia destruir as nossas certezas carregando num botão."