Há que documentar o vazio. Agora também em mármore!
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quarta-feira, janeiro 28, 2004

Coimbra, esse polvo invisível

Coimbra, uma cidade que abraça com calor, uma cidade que sufoca... 3 da manhã. O jardim botânico olha-me de soslaio, maroto. Eu sei o que ele diz... Diz-me "a estas horas gostas de passar pela praça da República, gostas de contornar a rotunda do Papa". É verdade, jardim! És capaz de ter razão. Esta cidade que me sufoca, que implode a cada dia que passa... Uma cidade decadente com síndrome de El Rei D. Sebastião, uma cidade que adoramos ver decair. Com a idade e a experiência, advêm a autoridade de dizer "No meu tempo, blá blá...". Porque Coimbra, para quem não sabe, é composta por pequenos Fenixes. Nada de novo aparece, tudo renasce das cinzas anteriores, mas com uma pequena debilidade acrescida. A cidade dos estudantes, a cidade da queima... Títulos que ganhou e que manteve. Títulos... Meros quadros poeirentos com diplomas de outrora pregados numa parede de uma sala isolada...

Coimbra exala um feitiço subtil que envolve como um polvo gigante.