Há que documentar o vazio. Agora também em mármore!
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sábado, julho 23, 2005

(um)A história de Chibita

Chibita era o típico puto arruaceiro que todos tiveram como amigo ou como conhecido. Uma vez tentou assaltar um velhote apenas porque lhe disseram que levava com ele 100 contos. Por 100 contos, Shibita era capaz de sujar as mãos em anonimato. Na sua fase Death Metal chegou a entrar numa igreja gritando "Satanás!" com todo o potencial que os seus pulmões permitiam. Para seu azar, as vizinhas contaram à sua mãe o que lhe valeu um valente ensaio de cinto. Mais velho começou a "engatar". Com um estilo datado e pré-fabricado, ora era Tom Cruise em Cocktail como passava rapidamente a Conan o Bárbaro. Engatou pouco, pobre rapaz, mas uma briga por semana (pelo menos) tinha orgulho em manter.

Um dia estava à boleia para a praia. Sozinho, como sempre. O Chibita é daqueles miúdos que nunca anda acompanhado. Vai sempre "lá ter". Voltava sempre sozinho também... Como dizia, estava à boleia e encostou um tipo num Opel Mantra. Azul desbotado. Parecia o Wolverine que o conduzia. Chibita entrou, sentou-se e agradeceu. O Wolverine português olhou para ele perplexo. Nem havia dado conta da sua entrada. Gaguejou algo e depois articulou qualquer coisa parecida com "Rapaz, eu estou estacionar!".