Paradoxo de Babel
O que mais nos preocupa, é o facto de não estarmos na sequência de estratégia global. O mundo corre no sentido inverso da nossa realidade. Os cordeirinhos estão a ser guiados por um pastor carnívoro e os barcos orientados por um farol apagado. Eu não serei um pombo da paz que é recebido a tiro pelos destinatários da mensagem. Não serei o anjo da pureza menosprezado e queimado na fogueira pelos adoradores de bezerros de ouro. Uma overdose de realidade faz-nos dormentes em relação às nossas verdadeiras intenções. Fomos aqui colocados para quê? Não esperem por uma mensagem mística com instruções para saberem o que fazer em relação à vida, porque vi algumas pessoas nessa situação. Todos eles esperando serenamente a morte enquanto se batalhavam internamente com o facto de nunca lhes ter sido dito qual o sentido que deveriam dar à sua vida. A complacência dos seus actos lentos e a paz das suas palavras de esperança, esconde o horror da incerteza. "Terei feito bem abdicar dos prazeres da vida na esperança de ter um lugar eterno num espaço de paz celeste?". "Passei toda a minha vida percorrendo todas as esquinas do pecado, todos os labirintos do prazer. E se existe algo mais? Vou ter que pagar pela minha insolência?".
Como poderá a cegueira ser voluntária? Porque é que admitimos ser guiados pela demência?
Se fossemos um rebanho de ovelhas, amaríamos o nosso pastor e queríamos segui-lo para onde quer que ele se fosse. Faríamos tudo para estar perto dele e lutaríamos entre nós para ver quem ficava no topo do rebanho para o seguir mais de perto. Entregaríamos de bom grado os nossos filhos ao pastor para ele os alimentar. Até ao dia que, sozinhos e sem hipótese de voltar para trás e contar a verdade, seríamos massacrados por esse mesmo pastor para uma orgia carnívora. No momento em que as feições do pastor mudassem de uma pureza e bondade, para uma crueldade sádica, então aí, e só aí, compreenderíamos todo a nossa existência e toda a razão do nosso ser.
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