Chibita era arruaceiro. Era o seu super-poder. Chibita integrava-se num grupo depois de espancar um inimigo de um membro influente. Quando fazia jeito o músculo, Chibita era tratado como rei, a quem eram ofertadas abundantes dádivas de uma resina de planta. Chibita era moldado à força de murro. Duro nas ruas, mas quando convidado a lanchar em casa de um amigo de tendências familiares de suburbia, Chibita derretia nas mãos das mães dos amigos.
"Diz ao teu amigo que leve uns bolos para a vaigem!" O cheiro a fertilidade e trigo cosido numa cozinha de um núcleo familiar estável era a sua posição fetal.
De volta a casa, cinzentos blocos maximizadores de espaço, Chibita olhava o espelho e fazia a sua cara de pena. Pena dele próprio. Depois de ver um episódio de "Norte e Sul" com a mãe divorciada e desempregada, Chibita ia para o quarto. Já em pijama, desprovido de qualquer insígnia Death Metal, colocava em volume empalidecido o vinil do Vanila Ice que a irmã tinha comprado pela Páscoa, com o dinheiro do folar.
Detestava fins de semana, quando tinha que palmilhar quilómetros à procura dos amigos em todos os bares e casas de "flippers".
"Ah, é o Chibita. Pois. Olha, o meu filho não está, pois... Não sei onde terá ido!"Pois é.... Chibita sabia que estavam em casa, mas nunca arriscaria ficar sem amigos. Uma vez estava à porta da sala de máquinas, fumando clandestinamente um cigarro, e uma carrinha carregada de gado passa pelo meio daquela rua apertada. Um seu amigo que se encontrava demasiado perto da estrada apanhou com um espelho de camião nas costas. Eram aqueles camiões de caixa larga, com espelhos muito saídos para compensar o enorme volume. O amigo de Chibita caíu ao chão. Apressou-se a largar o seu cigarro, com medo de atrair conhecidos para a cenas do acidente. Chibita correu atrás do camião. O camião virou para uma outra rua. Chibita mudou também, e assim que se viu fora do alcance visual dos amigos, Chibita sentou-se ali ficou agachado. Passado um bocado, voltou a correr a fingir-se cansado. Disse ao seu amigo que danificou a parte lateral da cabine do camião com uma pedra. Riram para disfarçar a criancisse. Por dentro todos gritavam pela mãe. Por fora mandavam as caveiras do Death Metal e a imitação dos gritos guturrais dos seus ídolos. Riam nervosos...