Há que documentar o vazio. Agora também em mármore!
dubois@aeiou.pt

terça-feira, dezembro 30, 2003

Viajando Incógnito

Acabado de chegar à Terra disse:
- Viajei eu 870.000 mil milhões de anos luz para isto?
- 870.000 mil milhões de anos luz? Mas isso é viagem mais longa do que o Big Bang! Como é possível?
- Big Bang?
- Sim! A origem do espaço e do tempo...
- Ah... Pois. Vocês chamam-lhe isso. Mas lamento desapontar-te pá, mas isso foi o meu pai que acendeu a luz do quintal ontem... E tenho que bazar porque vem aí o camião do lixo.

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Nostalgia

Alguém se lembra do Monsieur Sardin? Lembrei-me agora que esse gajo era o pipi original.

Por vezes as energias gastas na caça ao plágio são bem maiores do que aquelas gastas em criação de conteúdo original.

Reboot

reboot

sexta-feira, dezembro 26, 2003

Retrato Robot

Serás o meu melhor amigo até ao dia em que partilhares o local de trabalho comigo. Serás um profissional competente até ao dia em que fores melhor do que eu. Serás um gajo porreiro até ao dia em que todas as atenções estejam para ti viradas. Respeitarei o teu sucesso até ao dia em que tenhas uma casa e carro melhor que eu. Admirarei as tuas crianças até ao dia em que as suas médias sejas superiores às das minhas. Gosto de ti amigo, assim coitadinho. Gosto de te esfregar a cabeça e apertar-te com abraços de pesar.

Memorando

Apesar do que dizem, tudo é normal. Pó de estrelas...

segunda-feira, dezembro 22, 2003

Ciclo de Spin

Era uma vez um blogue. Um blogue politicamente correcto que até as baleias queria salvar, imaginem! Envolvido no seu grande pedaço de banalidade, lá ia trocando comentários de outros blogues politicamente correctos. Trocavam banners, testes, beijinhos e merdas que não lembra ao Diabo (itself). Uma vez, a meio de uns minutos de escrita, surripiados ao trabalho, ficou com um testículo preso entre a cadeira e a perna. Não se apercebendo do microfone ligado, desatou a disparatar caralhadas a meio mundo. Como um distribuidor de estrume acabado de explodir, este blogue olhou incrédulo para os outros. Com a cara cheia de merda fumegante não se notou o rubor facial. Os amigos dos golfinhos olharam-no com desprezo, levantaram o nariz e puseram-se a milhas do nosso amigo blogue. Não tendo nada a perder, começou a manda-los todos para a puta que os havia parido e a ordenar-lhes que enfiassem objectos pouco anatómicos recto acima. Com vontade de enfiar uma bala entre os olhos de todos os pandas que se recusassem a foder para garantir a descendência (copyright), perdeu o controle e pensou "Que se foda, aqui vai disto!".

Novos amigos começaram a aparecer e o blogue finalmente encontrou a paz de espírito (o seu cantinho no cyber-coiso) e por fim sentiu-se bem a saltitar na praia, ao por do sol, a apedrejar gaivotas e mijar nas ondas.

Meses depois, deu por si no hospital, todo emaranhado em ligaduras e com metade dos dentes, de uma carga policial durante uma manifestação de qualquer coisa. Infelizmente, a quantidade de drogas que transportava não permitiu que fossem consideradas para consumo próprio. À sua espera tinha 6 meses de prisão e um bando de quatro tipos de Chelas com quem repartir a cela.

Voltado a casa, ligou o PC, acedeu à Internet e apagou o blogue.

Jantar de Natal
Versão quântica, sem timeline

Durante um jantar mensal, Fellini falava do seu pesadelo num campo de minas, e que depois de algum tempo a sobreviver, se torna viciado na sensação. DaVinci confessava-se obsecado pela ideia de ver a trilogia "Senhor dos Anéis" re-feita seguindo o manifesto Dogma#95, ou o voto de castidade, como lhe chamam os realizadores aderentes. Moliere olhou espantado e teve a ideia de fazer uma sátira ao cinema por design, usando meia dúzia de actores amadores e recitar piadas de mau nível, adequadas a retorcer o cliché e transforma-lo noutro cliché, mas desenquadrado. "Tão a ver?", perguntou. "Não", respondeu a audiência em coro, à excepção de um. Descartes. Olhou para ele e disse "Meu Deus, penso que acredito em ti"...

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Utopias

Stupid proof software

"Diga-me só o essencial"

terça-feira, dezembro 16, 2003

Breve apontamento bíblico

Se os Tribalistas tivessem gravado um CD há 3300 anos atrás, Moisés não teria precisado dos gafanhotos...

segunda-feira, dezembro 15, 2003

## Boas noites ##

E foi nesse pesadelo neuromancer que ele se viu numa estrada de terra batida, ladeado por chorões e campos de milho. Perseguido por PDA's voadores e telemóveis com camara, refugiou-se numa cabana de madeira sólida.

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Half Duplex (a fugir para o simplex)

- ...e foi então que ele me pegou na mão e me beijou, mesmo ali na praia!
- ...
- Estás a rir-te de quê?
- De nada.
- Eu tenho a certeza que te riste.
- Não, estava só a ouvir a tua história. Não me ri nem trocei!
- Estás a gozar comigo, não é? Achas a minha história ridícula e infantil, não é?
- Não. Nem disse nada!
- Mas pensaste.
- Não pensei nada...
- Deves pensar que eu sou como um miúda do liceu, não é? Completamente superficial, fútil e que só pensa em namoricos, não é?
- Não... Eu não disse nem pensei em nada.
- Achas que ele me vai deixar por eu ser superficial, fútil e que só pensar em namoricos?
- ...
- Eu logo vi. És mesmo merdoso. Grande amigo me saíste!
- Mas eu não disse nada!
- Eu vi pela tua cara. Não queres que eu seja feliz, não é? Não suportas a felicidade alheia...
- Olha, mas eu nem...
- És mesmo merdoso. Nunca mais te conto nada! Filho da puta insensível!

Por falar em gnomos,...

...como é que os políticos se safam sempre com o mais ridículo mambo-jambo jurídico, mesmo tendo feito merda da mais grossa que até um repetente da 3ª classe percebe?

Espiral com vórtice rotativo (direcção aleatória)

No planeta Terra é suposto toda a gente durar 100 anos. Ora, tudo o que se tira são impostos. Chamemos-lhe Ministério Celestial das Finanças. Ali para o lado oriental do planeta foge-se ao fisco. O problema é que se alguém passa dos 100, nota-se... Alguém que não pagou impostos e ainda gamou bens alheios. Quando mais curta a vida, mais o luxo da mesma. Ora, não me perguntem porquê, até porque são parâmetros celestiais que a humanidade não tem capacidade de compreender. É mais ou menos como aquela treta do universo multi-dimensional. Parece que é possível que o universo tenha nove dimensões. O problema é que o homem não consegue compreender mais do que cinco dimensões. Mesmo com tecnologia não é possível interpretar os resultados. Aplicar modelos teóricos multi-dimensionais na nossa descolorida realidade 3D é como passar AC3 (Dolby 5.1) por umas colunas stereo. A única coisa que se consegue é um virtual surround (noção ridícula) que só funciona a primeira vez que se ouve, ou depois de 15 dias de férias na praia em Agosto.

quinta-feira, dezembro 11, 2003

Querido Pai Natal:

Por favor, arranjai-me bons contratos na reconstrução do Iraque.

Ass: O Primeiro-Ministro de Portugal

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Vejo explosões de luz na blogosfera!

Oh, desculpem... Era só um cisco num olho.

O pupilo lacrimoso

Era uma vez Alcínio Plinoi Marques Tazem, aspirante a escritor. Sonhara ele pintar uma tela literaria acerca do mundo de uma família pobre. Ora ele, farto de literatura burguesa e desacatos com o pai (que confundiu como sendo "o apelo da esquerda"), decidiu mostrar ao seu mundo Sine Nobilitate o que era passar necessidades primárias em larga escala e em largo tempo. Ora o problema de Alcínio era nunca ter visto um pobre. Caramba, só os conhecia dos filmes e mesmo assim, havia policias de giro que vestiam Armani. Vai daí, foi à zona pobre, foi tentar descobir como vivia a mais paupérrima classe. Foi a um bairro social. Toda a gente o olhava... Ele entrava por ali na perspectiva de comentador, tipo BBC, mas lá mesmo. Ao fundo da estrada um puto cigano pontapeava violentamente um puto louro, que se arqueava no chão, tentando proteger a cara. Alcínio caminhou, agora mais rápido, e dirigiu-se ao exemplar mais simbolizante da degradação humana, corroída pela mais violenta pobreza. Pega nas mãos dum velho senhor e diz: "Sois tão pobres, Ó criaturas de Deus! Eu sou um vosso escravo, pobre como vós, aqui nesta esfera do tempo. Pobres dejectos humanos, ameaçaivos-vos também ciganos, presumo!". Feito isto, voltou ao seu carro e foi para casa tomar banho. Alugou um DVD e preferiu ver a Cidade de Deus em VHS.

segunda-feira, dezembro 08, 2003

A tese de Rasmussen
Conclusão sociológica de quem coça os tomates no sofá a um domingo à tarde

Grupos de pequenas manadas, todas elas unidades estanques, movimentam-se pelos trilhos novos em busca de oferendas. Tendo como finalidade um ritual pagão de socialização, os preparativos tornam-se cada vez mais penosos para estas micro-manadas incomunicáveis. O macho dominante, sempre com aspecto ameaçador, abre caminho e faz aquilo a que se convenciona chamar "gestão de projecto". Por vezes também ele se questiona sobre o porquê de toda esta situação, mas a sua memória não abrange muito mais do que alguns meses no passado, tornando-o novamente um misto de docilidade e agressividade. Os rebentos rebentam, porque é essa a sua função e os outros anexos humanos vagueiam pelas pequenas ruas de mercadorias empilhadas com olhar vazio e com a lavagem cerebral a surtir efeito. Enfim, é quase Natal!

Conflito interno

Não te irrita quando descobres que afinal também és um deles?

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Metamorfose da palavra
Concorrente a frase do jornal Dica da Semana , fosse esta editada em 1962

Cheio de palavras, nunca as quis perder. Nuncas as desejara soltar com medo lhe deixassem de pertencer. Amara o sol, o ar, a terra, o fumo, a relva, elefantes, guaxinins, o mar, a poça de girinos, enfim, um Universo-Palavra embelezado com ardor. Adiante.. Pessoa dos seus dotes, nada de sério. Foi então que um dia esmoreceu, por se sentir vazio de tanta palavra (con)ter.

quarta-feira, dezembro 03, 2003

As tropelias da História

O Arqueoblogo anda a falar das suásticas e de todo a simbologia pré-nazi que representam. A óbvia conclusão é que o Hitler e os seus compinchas vieram estragar a carreira de um promissora cruz que representa o infinito, o estado fractal entre outras coisas. Mas este é um problema menor quando comparado com o estrago que vem provocar na nossa nação à instituição do bigode. É bem certo que não se podem fazer muitas combinações nestes pelos que nos crescem por debaixo do nariz. O nazismo veio arruinar um dos modelos disponíveis e deixar a escolha da estética do bigode ainda mais apertada. Confesso que em toda a minha vida devo ter visto 2 ou 3 bigodes hitlerianos, sendo um deles num carnaval. Deve ser um acto de coragem e eternas repetições de "antes de Hitler já se usava este bigode, pai!". O estigma do risquinho ao lado e o cabelo oleoso já passou. Nunca ninguém perguntou ao Paulo Portas porque é que ele tem o penteado de Hitler...

terça-feira, dezembro 02, 2003

Floco de Neve

Listen up, maggots. You are not special. You are not a beautiful or unique snowflake. You're the same decaying organic matter as everything else.